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A minha amiga secreta:
BULIMIA
Como já foi referido em artigos anteriores, a bulimia é uma doença nervosa que consiste em comer num curto espaço de tempo enormes quantidades de comida e posteriormente, ir à casa de banho provocar o vómito para fazer desaparecer a sensação de culpa.
O factor cultural é bastante importante para o aparecimento da bulimia mas, não menos importantes são os factores familiares e sociais. O interessante é que nem todas as raparigas expostas a estes factores se tornam bulímicas. Existem características delas próprias que vão facilitar a instalação desta terrível doença. Pensa-se que também possa ter existido acontecimentos traumáticos que tenham desencadeado esta mesma doença. Mas, não existem modelos ou chaves para explicar tudo isto, existem sim, situações de risco e para essas devemos estar alertados.
A depressão ou um estado de flutuações acentuados de humor são bastante comuns nas famílias chegadas às bulimicas. A descrição que se tem feito sobre estes indivíduos é de que são pessoas dependentes afectivamente e com sérias dificuldades de autonomia, como também, o de conseguirem conduzir a sua própria vida. Os bulimicos são considerados como sendo perfeccionistas e obsessivos em relação à questão do corpo, em busca de um ideal que perseguem sem nunca conseguirem encontrar. |
Muitos investigadores caracterizam esta doença como um distúrbios afectivo e de facto, muitos dos jovens estão deprimidos ou passam por fases deprimidas.
É necessário ter em conta que nem todas os casos podem ser considerados como sendo bulimia. Existem casos de perturbações alimentares que são de todo semelhantes ao da bulimia e que não são exactamente como anteriormente se descreveu. Um exemplo disso são as raparigas que tem por hábito pôr a comida na boca, mastigá-la, enrolá-la e depois deitá-la fora, procurando que ninguém veja esta manobra. Muitas das vezes escondem o produto de ruminação em lenços ou guardanapos de papel que atiram para locais escondidos. Não é raro as mães destas jovens queixarem-se que encontraram estes pequenos embrulhos nos sítios menos esperados, como por exemplo, em cima de um telhado ou mesmo entre a roupa das gavetas. À medida que este hábito decorre não se consegue compreender se a jovem está mesmo a tentar esconder esses pequenos embrulhos ou se quer que alguém os encontre, nomeadamente a mãe. Curiosamente este tipo de comportamento é semelhante ao que surge na infância e é denominado por "ruminação" e par ao qual, actualmente, ainda não existe explicação.
Outra razão para não classificarmos como bulimia certos comportamentos pouco habituais é, por exemplo, o de os jovens vomitarem por gostarem de o fazer mesmo sem terem comido grande quantidade de comida e sem estarem sequer preocupados com o seu peso.
Existe também algo chamado de obesidade com comportamento bulimico que consiste em raparigas ou mulheres obesas (muito mais raramente homens) que fazem grande restrição alimentar durante todo o dia, tomando pequenas refeições sem valor calórico suficiente. A partir do fim da tarde começa a instalar-se uma vontade irreprimível de comer, satisfazendo-se essa vontade com uma ingestão muito elevada de calorias. Muitas das vezes esta ingestão de alimentos não é tão caótica como isso mas, é uma grande quantidade de comida, fora de uma refeição, com grande valor calórico e fácil de ingerir, com a sensação de não conseguir ter fim.
Consequências Físicas da Bulimia: - Existência de calos sobre as articulações dos dedos da mão direita devido à introdução diária dos dedos na boca para provocar os vómitos. - Aumento do volume das glândulas parótidas o que provoca uma espécie de bochechas descaídas sobre o final do maxilar inferior. - Existência de boqueiras, rasgadas nos cantos da boca, devidos aos jovens forçarem a sua abertura para vomitar. - Deficiência em vitamina B12 por má absorção do estômago devido aos vómitos. - Mau estado dos dentes causada pela ingestão repetida de doces e o ácido do conteúdo gástrico vai provocar a erosão do esmalte, principalmente nos dentes da frente. - Desidratação provocada pelos vómitos, os laxantes, os diuréticos e a baixa de potássio podem originar uma doença renal com insuficiência. - Pode existir uma pancreatite provocado pelo excesso de enzimas, desencadeadas pelas regurgitações. - O abuso de laxantes pode levar a problemas gastrointestinais do tipo de má absorção de alimentos, náuseas, vómitos e perda de proteínas. - O colón pode acabar por não funcionar espontaneamente. - Perda de cálcio e de magnésio. |
Algumas raparigas têm aquilo a que alguns investigadores chamam de "night eating syndrome", ou seja, o síndrome de ingestão nocturna que se caracteriza por um comportamento equilibrado na alimentação ou restritivo durante o dia mas, durante a noite surgem crises de ingestão alimentar compulsiva. Ou não conseguem adormecer durante a noite e como sonâmbulas vão à cozinha e ingerem grandes quantidades de comida, voltando a adormecer. Podem ainda levar a comida consigo e colocá-la debaixo da cama ou na mesa de cabeceira. Assim sendo, as características principais da bulimia nervosa consistem em compulsões periódicas e métodos compensatórios inadequados para perda de peso. Para se conseguir avaliar o transtorno, este deve ocorrer pelo menos duas vezes por semana ao longo de três meses. Os indivíduos com bulimia nervosa são pessoas que se envergonham dos seus problemas e tentam ocultar os seus sintomas. As compulsões periódicas normalmente acontecem em segredo ou dissimuladas. Estas jovens tornam-se hábeis na indução de vómitos e por fim são capazes de vomitarem quando querem, como também são capazes de ficar a jejuar durante um dia para sentirem que compensaram o comer excessivo. |
Dra. Olga Correia
Psicóloga do Desenvolvimento e Educação
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